Qual o impacto das relações sociais na saúde mental?

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2022) e a Associação Americana de Psiquiatria (APA, 2023)  o isolamento social e a solidão representam uma ameaça significativa à saúde mental e física. Para ambas a solidão persistente acarreta diversos problemas de saúde, incluindo depressão, ansiedade, distúrbios do sono, declínio cognitivo e aumento do risco de doenças cardiovasculares e morte precoce.

Segundo dados da OMS (2022) a solidão afeta a todos, em especial idosos e adultos jovens (18 a 25 anos) sob 2 fatores preponderantes:

✅Aumento nos níveis de solidão após a pandemia de COVID-19

✅Uso excessivo de redes sociais

As nossas relações sociais já estavam enfraquecidas, mesmo antes da pandemia do Covid-19, como nos alertava Zygmunt Bauman (1925–2017), um renomado sociólogo e filósofo polonês, amplamente reconhecido por suas análises da modernidade, especialmente daquilo que ele chamou de "modernidade líquida".

Para Bauman o termo “modernidade líquida” refere-se à uma época marcada pela fluidez das relações sociais, da identidade, do trabalho e do consumo, como resultado dos avanços econômicos e tecnológicos. E, este processo resultaria em um individualismo extremo, que aumenta a sensação de insegurança e isolamento. Bauman faleceu com 91 anos, em 2017, antes da pandemia do Covid-19.

Se a modernidade líquida escorria pelas mãos… agora ela evapora!

Tudo é ainda mais volátil, mais efêmero, mais invisível. Conexões se dão no ar (na nuvem), no streaming, no feed. Relacionamentos se constroem por mensagens que desaparecem. Identidades são múltiplas, editáveis, performáticas. Emoções circulam rápido, mas com pouca profundidade.

"E, eu sinto saudades.....

Saudades de tudo que me escapa....

Porque agora nada se sustenta.

Somos seres tentando respirar num mundo onde tudo se dissipa.

Em meio à neblina, talvez RESISTIR seja lembrar:

Que somos corpo, presença e afeto.

E que vínculos reais AINDA importam!

E são imprescindíveis para a nossa saúde mental"